sábado, 24 de julho de 2010


  Os pulsos alterados a tal ponto que pensei que meu coração não resistiria à tamanha pressão. Sua presença tinha um efeito devastador em minha sanidade, era uma linha tênue entre a razão e a loucura, como isso e possível? Não sei, mas ele tinha a capacidade de causar isso em mim.
     Meus pés tocavam ao chão indo em direção a minha própria cova, a minha própria dor, mas ele era um bom motivo para morrer, uma boa causa para deixar esse mundo.
     Suas mãos gélidas tocaram a minha, causando certo desconforto por te-lo ali tão perto. Seus olhos me fitavam curiosos, indecifráveis e belos. Sua expressão se comprimia em um afago, apesar dele manter a calma.
 -Me desculpe, eu não te amo. - as frases saíram organizadas de sua boca, mas faziam um tumulto dentro da minha cabeça, meu corpo se esvaiu, meu motivo de viver também.
   -Mas eu pensava que você gostava de mim, como eu gosto de você. - as palavras saiam engatadas de minha garganta, tentando convencê-lo de algo que não era verdade.
   -Você é minha amiga, por favor não confunda as coisas. - impaciente ele cravava um punhal no meu peito, todas as expectativas, emoções e planos que eu tinha criado iam caindo em um abismo, junto com meus sentimentos. Seus lábios frios e macios tocaram delicadamente minha testa, sua forma de dizer adeus. Sem nenhuma palavra de conforto ele me deixava sozinha, perdida em meus devaneios e emoções que agora estavam em pedaços. Sua costa viradas e seus passos seguindo uma direção diferente da minha era doloroso, meu veneno tinha ido embora, e meu antídoto também, porque só ele aliviava minhas dores, mas ele era o principal motivo de todas elas.
  Me envolvi sem querer, fui me deixar levar, quando percebi estava em um caminho sem volta. Mas percorrer um pedaço de caminho, não é o mesmo que tomar um caminho errado, eu estava pronta para retornar esse caminho com as forças que ele ainda tinha deixado intactas dentro de minha alma.

                                                                                              -Juliana Santiago
                                

4 comentários:

  1. A sinceridade dele me matou. Disse na cara, sem pena nem pudor. Apesar de triste teu conto, foi lindo como você descreveu as coisas. Tô cada vez mais adorando suas escritas :)

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  2. escreve muito bem, Juh *-* louca pra terminar de ler teu livro :*

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  3. Eu louca para terminar de escrever!
    mas em breve irei postar alguns trechos dos capitulos para vcs. fiquem atentos...

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  4. Uaaal!
    Pra mim esse foi o melhor post; lindo demais.
    Adorei!

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