quarta-feira, 27 de julho de 2011

Palavras tolas de um coração complicado



Seus braços aconchegam meu corpo, inclino minha cabeça e me sinto tão protegida. Você me diz que eu sou a única, aquela que preenche seu coração, a razão me diz para não acreditar em suas palavras, mas quando flagro seu olhar vindo em minha direção, percebo que é verdade, você me olha como se eu fosse o maior tesouro que alguém pode possuir.
Quando me sinto fraca, você me abraça recuperando minhas forças, você cuida de mim sem pedir nada em troca.
Você esteve do meu lado quando eu mais precisava, você me reergueu e como retorno eu só o machuco. Que tipo de pessoa eu sou?
Suas palavras mansas ao pé do meu ouvido me arrepiam no meio da noite, o calor de seu corpo em meio ao frio, sua presença me faz tão bem, então porque eu complico tanto?
Sinto que você é ligado a mim, sempre que estou indo volto atrás.
Você disse que esperaria por mim o tempo que fosse preciso, mas tenho medo de não ser a sua prometida.
Mas não importa o amanhã, porque hoje eu quero dizer o quanto você é importante, e como você me fez feliz.

Juliana Santiago

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Para roubar um coração


Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. 
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente. 
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. 
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade. 
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes,  que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago. 
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele,  vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.  Uma metade de alguém que será guiada por nós  e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. 
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que? 
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós. 
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava. 
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade,  a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então! 
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...  é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Luís Fernando Veríssimo

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Esse tal de amanhã

  
 Sempre pensei em como seria minha vida, me preocupo com o amanhã, tenho medo de cometer os mesmos erros de ontem, e não ter a mesma sorte de hoje. Chamam de ansiedade, eu prefiro usar o termo “precaução”.
  Mas acabei percebendo, que o motivo da vida ser tão interessante é a surpresa do amanhã, é certo que é natural do ser humano, tentar planejar, controlar as coisas para que obedeçam a sua vontade, mas a vida é instável, e essa rebeldia de querer corre livre sem que haja alguém colocando uma corrente em seu pescoço é o que a torna tão emocionante.
  A esperança de que amanhã tudo ficara melhor, que será o dia que encontrará o amor de sua vida, o dia em que as pessoas dirão sim, o dia em que alguém se alegrara com seu sorriso. E se amanhã nenhuma dessas coisas acontecer, outras virão, podem não ser tão boas, então teremos o mesmo pensamento: “ Amanhã será diferente, será tudo melhor”.
  E esse ciclo se repetirá até o último suspiro, porque o futuro é incerto, e cheio de surpresas, por isso que fico tão “ansiosa” para que ele chegue logo. Sempre fui o tipo de garota impaciente e curiosa, que fica querendo dar uma espiada no que virá depois.

                                                                                                              Juliana Santiago

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Mudar para ser aceita?


  Cabelos cacheados, um senso de humor imbátivel, quilinhos a mais, desastrada, esperta, não era a destaque da turma, mas fazia o suficiente para passar de ano, boa filha, péssima bajuladora, era assim transparente e verdadeira.
  Gisela era diferente, não pela sua beleza excepcional, mas pelo seu carisma, seu caráter, não era rica, mas tinha o maior dos tesouros: pessoas que amavam-a do jeito que ela era. Mas uma pessoa, foi suficiente para ela abandonar tudo isso, ela decidiu mudar.
  Cabelos lisos, esnobe,corpo atlético, perfeccionista, subia na costas dos outros, péssimo filho, ótimo bjulador, era assim falso e superflúo.
  E foi justamente ele, Gustavo, totalmente o oposto dela, que seu coração decidiu bater mais forte, ele a esnobava, a humilhava, mas seu coração apaixonado relevava tudo, mas porque ele? Tem coisas que ninguém tem respostas, mistérios do coraçao.
  Entrou na academia, enxugou os quilinhos a mais, jogou fora as calças largadas e trocou por roupas de grife, seus antigos amigos já não serviam mais “estragavam sua imagem”, dispensou a amizade verdadeira, escolheu a falsa. Gisela melhorou de forma, de auto-estima, mas tambem mudou aquilo que a fazia diferente, se tornou igual as outras, superficial.
  Gustavo a aceitou, agora ela podia andar ao seu lado “sem causar mico”, ele a queria por perto apenas quando tinha vontade, mas a deixava de lado, ela era acostumada a sentimentos verdadeiros, derramou muitas lágrimas com sentimentos frios e forçados. Seus novos amigos, só falam coisas fúteis, ela que sempre foi uma péssima bajuladora, escutava calada, apesar de tudo ter mudado, ela sentia que algo foi tomado dela, sentia falta da sua ex vida.
  Resolveu voltar atrás, procurou seus antigos amigos, estavam muito feridos pela traição, mas a aceitaram de volta, até porque quem ama perdoa. Voltou com suas calças básicas (agora bem mais enxuta), se ajeitou, mas percebeu que não precisava mudar quem ela era para agradar os outros, a ditadura da moda, não faria seus amigos, e  muito menos sua felicidade.

(história fictícia)

                                                                             Juliana Santiago

sábado, 2 de julho de 2011

Uma chave, dois caminhos.


Sinto como se tivesse uma chave que levasse a dois caminhos. Um ao paraíso, e o outro à destruição, como se fosse a conseqüência que você terá que levar por ter se apaixonado por mim, por estar em minhas mãos.

Seu reflexo discute em seu ser quem era ela, porque às vezes ela se sentia perdida, como se sua identidade estivesse sendo roubada a cada segundo que ela ocupava um lugar nesse mundo, por isso que ela tentava deixar um pouco de sua imagem nas cabeça das pessoas, conquistá-las e tomar o lugar mais seguro e intimo que alguém pode ter: o coração, para que fragmentos dela fossem deixados, uma garantia que ela não se perdesse, e se ela assim fizesse as pessoas saberiam retorná-la para o lugar, esse era o pretexto por detrás de suas ações, mas no fundo ela sabia que era puro ego, egoísmo.
Ela sabia como seduzir, encantar alguém, e ela gostava de se sentir assim, tão poderosa, tão atrativa.  Se sentia realizada por tal poder, mas às vezes se sentia culpada, por machucar corações que eram dedicados à ela, tal fardo que teria que levar por toda a vida.
Seu rosto impecável que atrai tanto olhares, mas que ali refletido naquele espelho era vazio, insípido e manchado pelos sentimentos sinceros que foi capaz de construir e destruir com a mesma facilidade.
Por vezes queria sentir que ainda existia um coração que pulsava em seu corpo, que se importava com as pessoas além de si mesma, ela se iludia que tinha.

Juliana Santiago