terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sapatilhas de balé- parte I



Ela sentia o pano macio passar por entre seu tornozelo, a música entrava em seus ouvidos, seu corpo já sintonizava ele estava louco para refletir a fala dos ritmos através de seus movimentos.
Todo dia era uma alegria ela se tornar uma nova pessoa, uma bailarina. Mas essa mesma alegria também definhava suas esperanças de um final feliz. Ela podia lembrar em flashes daquele sorriso dado por sua mãe de quando ela deu o primeiro passo de dança, aquele olhar de orgulho que fazia com que ela acreditasse em si mesma.
O corpo de sua mãe conseguia transmitir com movimento a mais bela das obras de arte, ela olhava atentamente cada passo, pensando se um dia poderia ser tão boa quanto. A caixa embrulhada com um papel delicado rosa, estava ali guardada como se nunca tivesse sido mexida, apesar de já ter sido tocado diversas vezes e molhada pelas incansáveis lagrimas da pequena dançarina.
Apesar do tempo que aquele episódio aconteceu ela lembrava cada detalhe, como se sua memória, fizesse questão de guardar sua maior dor, mas também seu maior incentivo para viver.
A noite de inverno se fazia presente, véspera de seu aniversario, animada ela não parava de falar, como se a velhice fosse o maior dos presentes, ela estaria prestes a completar 8 anos, mas ela era diferente, sua mãe soube disso desde o primeiro dia que a pegou no colo.
Nos dias frios a pequena bailarina ocupava o lugar do pai que nunca vira sonhando que acordaria com os dois ao seu lado a protegendo de qualquer dor, como uma família.
Sua casa humilde nunca foi motivos para ela não sonhar, pelo contrário impulsionava sua vontade de vencer na vida. Vivia fazendo planos do que faria com o dinheiro que ganharia fazendo shows pelo mundo, apesar de sua mãe saber que isso era quase impossível, sorria ao pensar que sua filha podia ter um futuro melhor.
Gritos de dor ecoavam na pequena casa, ver sua mãe sofrer era a pior das dores. Sua mãe já estava doente há algum tempo, seu corpo debilitado, já não conseguia se mover com tanta maestria no ritmo da dança... Eram apenas memórias de seu tempo de gloria, no tempo que ela sonhava o mesmo que a filha.

Oi leitores, escrevi essa historia e resolvi dividi-la em duas partes para não ficar muito grande. Espero que vocês gostem, sinceramente quando meus dedos percorriam ansiosos as teclas do computador, eu podia sentir os personagens criando vida, essa história em especial me emocionou profundamente, espero que eu tenha conseguido passar essa mesma sensação para vocês. Bjus e até a segunda parte. ;*
                                                                                                                        Juliana Santiago

3 comentários:

  1. Sabe que eu adoro o modo como você escreve, ne? E já gostei desse, falando de balé (eu queria ter feito :x)
    Espero a segunda parte. Tá linda a história, Ju.
    ;*

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  2. eu estou amando essa história..
    dá até pra visualizar as cenas na mente..
    beijos moça

    http://zonzobulando.blogspot.com/

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  3. adorei este texto... vou ler seus post para entender mais sobre a historia que voce está contando...

    obrigadão pela visitinha que voce fez em meu blog... bjsssssss

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obrigadah pelo comentário, eles me ajudam a prosseguir.
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