Seus dedos exploram delicadamente a mão fina de Amy, como se ele pudesse ver o futuro através de cada toque, ela mal acreditava que ele estava ali em carne e osso, não em imaginação como era acostumada a presenciar.
A lua pairava no céu escuro, estava envolta de nuvens, mas com o brilho suficiente para beijar a face dos dois, ressaltando ainda mais o olhar de ambos.
Amy conseguia sentir o coração de Eduardo tão perto que tinha o desejo de possuir em suas mãos para guardá-lo para que ninguém ousasse o machucar. Quando eles se olhavam podiam ver a alma um do outro, o que antes era um mar raivoso se tornava um rio manso de águas transparentes.
Apesar do desejo de selar aquela ardente paixão com um beijo, nenhum tinha coragem de tomar a iniciativa, eles retornavam a época em que eram jovens apaixonados e nervosos. Ela pousa sua cabeça sobre o ombro de Eduardo, olhando para o céu escuro, pedindo as estrelas invisíveis que aquele momento se repetisse nem que fosse novamente em sua imaginação.
Subitamente ele parece adivinhar o pensamento de Amy, retira lentamente a cabeça pousada em seu ombro e vira para perto de seu rosto, ela olha atordoada para seus olhos negros e sedutores, ele sorri, e se aproxima lentamente à medida que seu coração acelerava descompensadamente por baixo da sua pele gélida pela neblina do luar.
Seus lábios finalmente se encontram, o calor de Eduardo parece descongelar o frio de sua pele e de seu coração. Eles se beijam delicadamente por alguns instantes, os lábios parecem se encaixar na mesma sinfonia, a sinfonia do coração.
Depois do tão esperado beijo, ele pega seu rosto entre as mãos e a olha por alguns instantes como se fosse uma maneira de comprovar a realidade. Ela sorri, sente seu coração bater forte novamente depois de tanto preso pelas correntes do passado. Ela se sente viva e agradece em pensamento por ele ter a salvo, de todas as maneiras que uma mulher pode ser salva por um homem.
Juliana Santiago