O chiado do ventilador retirava o silêncio crucificante daquele
quarto gelado. Seus pequenos poros emancipavam um suor gélido, reflexo da sua
ansiedade absoluta. Ela precisava esperar ele entrar por aquela porta. Não
sabia o que falar muito menos como agir, sempre via isso com outras pessoas,
mas nunca imaginava como seria se fosse com ela. O que fazer? Como agir? O que
seus pais vão dizer? E seu futuro? Eram tantas perguntas sem respostas, e
quanto mais ela pensava mais embrulho dava em seu estômago vazio.
-Toc,Toc.
A batida repercutiu na porta de madeira, ela senta em sua cama
meio atordoada, sem coragem para levantar.
-Toc, Toc, Toc.
As batidas aumentaram de ritmo, mostrando a impaciência.
-Já vou.
Ela fala em engasgos, mas tentando controlar seu nível de
tranquilidade. Suas mãos geladas giram lentamente a maçaneta da porta, ela abre
devagar, a figura magra e alta personifica em sua frente, ela olha nos olhos de
mel dele e o abraça fortemente como se aquele ato fosse a solução de seus
problemas.
-Oi Lu. – Ele fala tocando em seus cabelos, e a envolvendo em seu
abraço. – O que você tinha de tão importante que não poderia esperar até a noite?-
Fez eu sair apressado da faculdade, você parecia ruim na ligação.
Ela engole seco. E agora como dizer aquilo para ele? Os dois eram
extremamente apaixonados, mas tinha um
porém: Eram novos e sem muita experiência. O desespero era o mínimo a qual ela
teria que enfrentar.
-Você me ama Mateus?
A palidez excessiva de sua pele o deixou preocupado.
-Sim minha princesa, te amo muito.
-A ponto de querer ter uma parte minha chata, enjoada, faladeira,
ansiosa em miniatura?
Ela fala oscilante, ele ergue a sobrancelha atônito, sem entender
muito bem aquela colocação. Sem hesitar, ela segura a mão dele aperta e vai
colocando para perto da sua barriga. Ele toca, fica um minuto olhando em
estátua, estagnado, em choque.
-Estou grávida.
Ele respira fundo, olha para ela que estava com os olhos cheios de
lágrimas, olha para a barriga dela de novo, onde estava seu filho ou filha,
parte deles dois, desenvolvendo a cada segundo, com o coração batendo, era como
se ele pudesse imaginar, na verdade a vontade dele era poder ter logo aquela
miniatura da mulher que amava em seus braços.
-Eu vou ser pai!
Ele esquenta aquele corpo gélido, miúdo e assustado em seus
braços, o êxtase ainda passava em suas veias. Na veia dos dois. Agora
institivamente ele passou a entender que tinha uma família, que não podia
pensar individualmente, agora ele tinha a missão de dar o melhor, para os dois.
Planos emergenciais passaram por sua cabeça, ele estava nervoso, ansioso, com
medo. Mas quando ele a sentia ali em seus braços, ele sabia que enfrentariam
tudo juntos, porque era um fruto deles, do sentimento deles, era filho deles. Deles.
-Obrigada amor, fiquei com tanto medo de você não me querer mais. –
Ela diz ainda presa em seu abraço.
-Lu, eu estou com medo, mas eu sei que vamos ser bons pais, por
que temos uma coisa que faz toda a diferença.
-O quê?
-Temos amor. E isso traz todo o resto. O respeito, a amizade, a
intuição de um ajudar o outro, por isso nesses quatro anos, viemos aprendendo
tanto um com o outro somos novos, não temos muito a oferecer, eu sei. Mas temos
vontade de crescer e agora mais que nunca, um motivo maior de sermos os
melhores. Pode não ter saído conforme o planejado, mas foi o erro mais perfeito
que poderia ter acontecido.
E ali bem no meio daquele abraço tinha um ser tão pequeno, mas com
uma vontade enorme de nascer, já se sentia bem-vindo(a) e com pais que tinham
tudo para tirar ele ou ela daquele lugar quentinho, mas que resolveram assumir
as consequências, de encarar como uma benção, porque mesmo não sendo conforme o
planejado era uma benção, um milagre Deus.
Juliana Santiago
Muitooooo boom, sempre deixando um gostinho de quero mais né ? rs *--*
ResponderExcluirby: Raquel ^^
Que lindo mana *-*
ResponderExcluirSempre, sempre muito bons seus textos *-*
ResponderExcluirObrigada, fico feliz em saber que gostaram e principalmente de receber a visita de vocês. grande beijo.
ExcluirQue saudade daqui, de te ler, rainha dramática hehe :3
ResponderExcluirLinda história! A colocação ficou ótima, a reação do garoto ao saber que vai ser pai... Realmente, deve ser algo que chegue a dar medo, mas com amor, como ele mesmo disse, tudo se constrói. :)
Lindaaaa como é bom ter você de novo lendo o Rainha do Drama, agora estou ed volta. E seu blog está cada dia mais lindo :)
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