quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

E ele disse adeus - Parte final


(...)
-Eu chegava todo dia tarde em casa porque eu tinha feito um acordo com meu chefe de horas extras para conseguir uma grana extra para fazer a surpresa. Eu ia te contar hoje a noite com um jantar, mas você conseguiu destruir tudo.
-E o que você ia me contar?
-Do nosso apartamento que estava pronto, era para isso que eu estava fazendo horas extras, hoje eu ia te pedir em casamento.
Ela não conseguia dizer nada, as lágrimas de revolta diziam tudo, como o ciúme deixava alguém fazer coisas tão estúpidas?
-Desculpa Lucas, eu pensei que você estava me traindo.
-É, mas não estava, se quiser pode ligar para o meu chefe e perguntar tudo. Mas você, eu tenho certeza do que fez ontem à noite, só de olhar para você me dá vergonha.
Ele levanta da cama, ela pega em seus braços para o fazer parar, mas não adianta, ele pega sua mala pronta, e não olha para trás, só fala com a voz triste.
-Mando pegar o resto das minhas coisas mais tarde, a única coisa que quero é ficar sozinho.
-Eu te amo. – ela fala em meio aos prantos, ela não podia deixar ele partir sem dizer a verdade.
Ele para de andar, e ficava algum tempo no silêncio.
-Mas eu não te amo mais, por favor, não venha atrás de mim.
E continua sua trajetória rumo à porta, ela se sente fraca, o chão tinha desabado dos seus pés, ela se põe a chorar e tentar jogar aquela dor através das lágrimas, mas nada adiantava, ela tinha jogado a felicidade, e talvez fosse para sempre.
O telefone toca meia hora depois. Apesar de não ter cabeça para isso, ela atende aos choros. A notícia que era transmitida enfraqueceu-a ainda mais, porém ela precisava agüentar, ele precisava dela.
Ela vai ao local indicado pela voz do outro lado, quando chega perto, avista o carro de Lucas capotado, e uma ambulância, um corpo de bombeiros tentando tira-lo dentro do carro.
Ela grita e sai desesperada ao seu encontro. Um policial a aborda.
-Ele não parava de perguntar sobre a senhora, disse que precisava falar com você.
Ela sai em direção ao carro, os bombeiros tinham o tirado de dentro do carro, ele estava em cima de uma maca, seu corpo ensangüentado a matava, ela preferia que tivesse sido ela. Ela pega em suas mãos, ele olha para ela, e fala com o pouco de ar que restava em seus pulmões:
-Eu te amo, Mel. Só falei aquilo para tudo ser mais fácil, se eu falasse a verdade nunca iria embora. – o ar passa por dificuldade por entre suas narinas.
-Me perdoa?- ela precisava ouvir isso de seus lábios.
-Eu o perdôo. – com essa última frase, ela percebe que o ar raro, se torna extinto, sua expressão estagnada, ela não podia deixar que isso acontecesse, ela grita, pede para ele não deixar ela só, mas era tarde demais, ele tinha dito adeus, e essa seria a última vez.
Juliana Santiago


6 comentários:

  1. o.O é sempre bom não fazermos as coisas levados pela raiva porque quando nos arrependemos pode ser tarde demais. beijo :*

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  2. Fazer as coisas sem pensar e sem nem ao menos saber do que está acontecendo pode resultar em algo muito grave.
    A história foi tão triste, mas tão bonita. E provavelmente o arrependimento a matará.
    ;****

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  3. =')
    chorei no trabalho, haha

    ate porque, me coloquei no lugar, digamos que tirando o acidente, ando vivendo algo parecido...

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  4. Poxa, Júh, que história legal. Pena que foi a última parte, mas mostra com clareza as consequências de uma atitude mal pensada. Afinal, tudo tem que ser feito com um devido cuidado. Nada pode passar despercebido, embora com o tempo tenhamos adquirido exceções. Mas sempre devemos pensar no que vamos dizer, no que vamos fafzr, isto pode prejudicar alguém, e quem faz, mesmo que seja sem-querer-querendo, aqui paga e pode ser um preço muito alto :/

    Adorei, amor.

    Beijos **

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  5. Mana a cada dia vc tá escrevendo melhor :D

    te amo

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Todas as perguntas serão respondidos e visitas retribuidas.
obrigadah pelo comentário, eles me ajudam a prosseguir.
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