segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Projeto papai


O sorriso inocente, os dedinho pequenos segurando a mão muito maior que a dele, a inocência, o cheirinho de talco. Gustavo tinha o sonho de ser pai, em poder oferecer todo o amor para alguém que seria chamado de filho. Com uma vida plena, um sucesso extraordinário no trabalho, só faltava um quesito para ele se sentir completamente realizado: uma família.
Cabelos longos e dourados, palavras doces e delicadas, a maneira que ela sorria e fazia com que tudo parecesse fácil, Melissa estava ali em algumas mesas do mesmo restaurante que ele, aquela mulher chamou sua atenção, ele já podia escutar a marcha nupcial tocar em seu ouvido à medida que ele se aproximava para conhecê-la, ele não era homem de muitas mulheres (apesar de ser muito cobiçado ele ainda mantinha a idéia “colossal” de que só se fica com que realmente gosta, mas ele não se importava com opinião alheia, era um homem de personalidade).
Os minutos pareciam se tornar horas, ele olhava para a entrada da igreja pensando se ela teria desistido, ele começava a suar frio e só ficaria em paz quando visse a mulher de sua vida entrando de branco para tomá-lo como marido. Felizmente, a idéia de conhecer aquela mulher do restaurante deu certo, depois de 6 meses de namoro, ele a pediu em casamento, para que retardar algo óbvio?
As pétalas rosas em cima da cama, o champanhe gelado para comemorar, a banheira incrementada de sal aromático, morango e chantilly dentro da Geladeira, a música preferida dele como fundo, esse era o cenário que Melissa se deparou ao entrar no quarto do hotel, Gustavo fizera tudo isso para vê-la sorrir, quando ela estava feliz a conseqüência era a mesma para ele.
1 ano de tentativas em vão, nada deva certo, devia ter alguma coisa de errado. Ele chegou do trabalho, jogou sua pasta em cima da cama e correu apressado para ir ao encontro de sua mulher que estava jogada no chão do banheiro em prantos. Depois de quase meia-hora aclamando-a, ela finalmente soltou uma frase, mas foi o suficiente para tirar o chão de seus pés.
- Eu sou estéril.
Ele via seu sonho ir por água à baixo, ele precisava ajuda - lá, mas como se ele próprio estava em fagulho? A mulher que ele sonhara em ser a mãe de seus filhos acabava de dizer que tudo era mentira, que seu sonho era impossível. Apesar de tudo tentaram todos os recursos médicos possíveis, mas nada deu certo.
A barriga crescendo com um pequeno coração pulsando, as duas pessoas que ele mais amava ali juntas em um conjunto. Era mais uma cena que so seria possível dentro de sua cabeça.
Depois de muito tempo Gustavo entendeu que ser pai é algo sublime, é dar amor sem esperar nada em troca, e se ele estava disposto a isso então o que o impedia de adotar uma criança? Apesar de sua vida não sair como ele planejara, ele era feliz ao lado de a mulher que ele amava e seus dois filhos adotivos, que para ele essa última palavra era riscada, filho é mais que laços sanguíneos  e genéticos.
Hoje ele entende que nem tudo sai como o planejado, mas que devemos pegar os fracassos e traçar novos planos que um dia talvez dê certo.
                                                                                                                                                                Juliana Santiago

8 comentários:

  1. Percebi que em alguns posts seus tem ensinamentos no final. Achei isso interessantíssimo. Todo o contexto ficou lindo. E sim, o filho não precisa vim de voce para voce se deixar amá-lo. É incondicional.
    Amei a história, Ju.
    ;*

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  2. Que lindo texto *-*
    Acho que é o melhor até agopra; eu amei!

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  3. Me encantou seu texto
    Sigo-te com carinho
    Preciosa Maria

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  4. Lindo texto Ju!
    E é verdade. Sabe que hj estava lendo algo na Bíblia sobre "falibilidade dos projetos humanos". As vezes planejamos coisas que nem sempre saem como esperamos. Mas o importante é que se concretizem...

    BeijO flor, te espero lá!!*-*
    http://evesimplesassim.blogspot.com/

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  5. obrigadah pelos comentarios leitores.
    isso me deixa muito feliz.
    bjus a todos!

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  6. Temos muitas surpresas vida afora, razão pata que sempre estejamos preparados e com muita fé no coraçao para que, pelo amor, possamos compreender o que de fato a vida nos reserva.
    Cadinho RoCo

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  7. gosto do tema, e de como você incentiva a adoção.
    parabéns! :*

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obrigadah pelo comentário, eles me ajudam a prosseguir.
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