-Você sabe
do que estou falando, não sabe?
-Não, não
sei, seja mais específica.
-Eu sempre preciso
explicar tudo e eu não sou muito paciente, você mais do que ninguém sabe muito
bem disso.
-Hum, - ele
fala com a palavra de três letras que eu sabia que era o mesmo que: “estou
começando a ficar irritado”. Suspiro e sigo na minha narração com a esperança
de que não precisaria gastar muitas palavras para chegar no meu objetivo.
-Tudo bem,
irei ser mais específica. É que a gente chegou em um ponto de saturação, onde
eu empurro as coisas com a barriga, você também, porque nos apegamos ao que
vivemos, são as memórias que estão deixando nosso relacionamento em pé.
Ele para por
um minuto reflexivo, eu conhecia aquele olhar, era de procura em seu
subconsciente para encontrar argumentos que contrariassem minhas ideias. Na
verdade, esse é o problema, eu conheço tudo sobre ele, e isso torna tudo mais difícil.
-Deixa eu
ver se entendi direito, em outras palavras: você enjoou de mim, certo?
Odeio quando
ele faz isso, distorce o que falo, e só escuta o que seus ouvidos querem.
-Bobo.
-O que foi? –
ele pergunta atônito sem entender muito minha palavra solitária, acompanhada de
um sorriso sutil.
-Você já viu
os pássaros enjoarem do céu, ou os peixes enjoarem das águas?
-Amor, lá
vem você de novo com essas comparações. Especificidade, esqueceu?
-É porque você
nunca entende minha linha de raciocínio. – Deve ser justamente isso que nos
mantém por tanto tempo, porque esse contraste nos completa.
-É porque
sua linha de raciocínio voa alto, eu sou mais pé no chão. – ele transmite
aquele sorriso de canto de boca que me desarma aos poucos.
-Então pelo
menos hoje voa comigo?
-Mas todo
dia eu voo com você minha pequena, você é a única que tem a capacidade de me
tirar da terra.
Minhas
bochechas coram instintivamente, as palavras certas que ele sabia exatamente
como usar. Ele então pega meu rosto entre suas mãos, e me olha por um período
de tempo suficiente para eu perceber que eu o queria ali, para sempre do meu
lado.
-Eu te amo. –
falo com convicção.
-Não faz nem
três minutos que você queria me largar. – ele sorri brincalhão.
-Mas é isso
que eu estava te explicando desde o começo, a parte que você não entendia.
-Qual é essa
parte?
-A parte que
só de pensar em te ter longe da minha vida, meus pés ficam sem chão, é como se
meu mundo caísse em mil fragmentos.
-E quanto a
parte de nossas diferenças, de estarmos empurrando com a barriga? –como sempre ele reage desconfiado.
-Realmente,
algumas vezes empurramos sabe? Mas enquanto o nosso coração estiver no comando,
pulsando forte, temos jeito.
Ele pega
minha mão e coloca sobre seu peito esquerdo, e fala:
-Está
sentindo isso?
-Tô.
-Então, se
depender da resposta do meu coração quando estou perto de você, temos jeito.
Ele então,
sem pedir licença me beija. Percebendo que ali era
meu lugar, e que enquanto tivesse amor, tudo tinha jeito, até mesmo nós dois.
P.S: Hoje
acordei com uma vontade enorme de escrever, então essa história surgiu.
Confesso que meu amigo Ricardo Yokoyama despertou em mim novamente o espirito
de escritora, até então adormecido em uma conversa no meio da aula de redação, então meu querido amigo, dedico esse post a você, e é claro a todos os seguidores do blog, grande beijo ;*
Juliana Santiago
Caramba Juh, só naquelas dicas que vc tava me dando veio isso na sua cabeça?! Caramba... eu ia demorar meses e não chegaria aos pés do seu! ahahah
ResponderExcluirFicou muito bom o seu texto, da pra ver que vc tem um espírito de escritora mesmo! Ta de parabéns!
Beijo e obrigadão pela ajuda Juh!
Ricardo ai em cima! Não sei mexer nisso hehe
ResponderExcluirSempre fui fã de diálogos, apesar de não saber construir muito (acho que por isso sou fã hehe). E que fofo esse. Isso me faz crê que, em algum lugar, ainda existe romantismo.
ResponderExcluirQue seu espírito de escritora se desperte sempre. :)
Fico feliz que tenha voltado.
:*
Ameeeeeiiii esse mana *-*
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