sábado, 2 de abril de 2011

Ela. Tão perfeita, tão singela e tão megera. - Parte 2

                       (...)
Dez anos haviam se passado desde a ultima vez que vi Mariana, a garota na qual eu fui extremamente apaixonado, mas que cuspiu em meu rosto, as horas longe de festas e “sociais” eram um passo a dentro de meus objetivos, eu não importava com todas as palavras pejorativas que a mim eram lançadas, eu sabia que em seguida seria recompensado dez vezes mais.
-Sr. Robert. Você tem uma reunião daqui a dez minutos com uns investidores.
-Obrigada Rita. - por curiosidade, ela é minha assistente. - Pode me informar o assunto que será tratado, por favor?
-É sobre a nova fonte de biodiesel e os retornos que trarão para a nossa empresa.
Aceno com a minha cabeça, era o sinal para que ela saísse. Por via das dúvidas, sou o presidente de uma das maiores filiais da Petrobrás, com pesquisas inovadoras e descobertas magníficas no ramo de gás e petróleo.
Tiro os sapatos e ando sobre o apartamento limpo, suspiro por ter chego em casa por mais um dia de trabalho, vou ao bar e sirvo uma pequena dose de whisky e me dirijo a janela que me concedia uma vista panorâmica das dimensões que as luzes da cidade concediam aos meus olhos, suspiro e percebo que tinha tudo o que sempre sonhei: dinheiro, mulheres e fama. Mas isso era o suficiente para me manter eternamente feliz?
Aperto o botão vermelho que piscava na minha secretaria eletrônica.
-Oi, aqui é Robert Moraes, não posso atender no momento, deixe seu recado que retornarei assim que possível.
-Oi aqui é Leslie, a noite ontem foi maravilhosa, estava pensando...
Nem escuto o resto, estava cansado demais para ouvir falatórios. Depois de cinco mensagens entediantes que alternava entre mulheres e negócios, a última me chamou a atenção.
-Oi, aqui é do Instituto Acadêmico Desiderato, estou informando a todos os alunos de 1995 para comparecerem a festa de ex-alunos comemorando os 150 anos da instituição, sua presença será muito importante, por favor entre em contato conosco para mais informações, obrigada.
Apesar do tempo, a idéia de revê-la era excitante, um pouco do sentimento de vingança pulsava dentro de minha cabeça, mas era minúsculo perto da curiosidade de ver como ela estava, de poder sentir seu cheiro novamente, ver seu sorriso magnífico e sua risada estridente quando era ela mesma, sem interpretações.
Os dias iam transcorrendo, apesar de ser um homem maduro, me sentia como um adolescente novamente, com as oscilações temperamentais e os constantes picos de ansiedade. Mas se ela não fosse? Tudo teria sido em vão? Mas decidi arriscar, era bom em investimentos, por que não iria acertar dessa vez?
A decoração do ginásio me concedia uma nostalgia, colocar o pé novamente no lugar que originou grande terror na minha adolescência foi um ato que necessitou de extrema superação de meus limites, mas dessa vez era diferente, eu não era mais um perdedor.
Com a ansiedade tinha chegado adiantado, não era acostumado a freqüentar festas do colegial. À medida que as pessoas iam se aglomerando minha necessidade de vê-la ia crescendo, talvez minha obsessão não tivesse acabado, apenas sido enterrada.
Ia revendo algumas pessoas, mas poucas eram a que lembrada de mim, muitas mulheres vinham me conhecer e tentar lembrar se eu estudava com elas, mas todas eram desinteressantes, eu desejava apenas uma, e na maioria das vezes eu tinha o que queria.
Depois de quase desistir, olhei para um crachá de uma mulher a alguns metros de distancia.  Mariana Carvalhes, o mesmo nome que me fizera ficar sem ar só de escutar. As madeixas loiras agora eram um castanho natural, se encontrava em um vestido menos chamativo que o costume, mas nem por isso menos bonito, os anos se passaram, mas tinha um efeito contrário a ela, parecia tê-la deixado ainda mais atraente, como um vinho envelhecido.
Me aproximo ensaiando as palavras na mente, sem me importar com a roda de pessoas que estavam em volta dela (seu imã parecia estar intacto e ainda mais potente)

 Continua...

                                        Juliana Santiago

3 comentários:

  1. Li o primeiro para entender. Nossa, adorei a história, tá bastante interessante. Vamos ver o que Mariana vai fazer quando vê-lo.
    ;***

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  2. Tomara que a Mariana não lhe dẽ um baita dum fora. Coitado do rapaz, também não é "tempo" para estar à qualquer hora na vida duma garota. O conto está ótimo, Juh. Ler essas tuas palavras me fazem mesmo muito bem.
    Fica com Deus, beeeeijo!

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